terça-feira, 27 de agosto de 2013

Resenha A mão esquerda de Deus de Paul Hoffman

O inicio do livro é entediante, na minha opinião, o autor foi apresentando os personagens, mas sem muita descrição, e o martírio do trio que seriam os protagonistas da trama, porém sem muita emoção, fui me arrastando, me perguntando onde estariam as promessas daquele livro? Decidi não abandoná-lo, apesar de a ideia ter passado em minha mente inúmeras vezes, e fui recompensado, pois do meio da história pra frente, tudo ganha um ritmo novo, a ação passa a acontecer, o herói passa a viver várias situações que me deixaram tenso, esperando pelo desfecho da mesma.
A história gira em torno de Thomas Cale, e seus companheiros  Kleist e Henri Embromador e posteriormente uma garota chamada Riba, os três jovens, vivem em uma espécie de santuário, onde desde criança são treinados para serem assassinos frios e cruéis  numa guerra declarada pelos Redentores, que são uma espécie de monges e padres, responsáveis por formar esses futuros assassinos, contra pessoas que são consideradas hereges, a guerra dura mais de um século de brutalidade e violência.
Recrutados desde cedo, as crianças crescem nesse ambiente hostil,  com a ideia de que tudo ao seu redor gera o pecado e que esse deve ser sempre punido, através de castigos cruéis e até mesmo a morte, para que sirvam de exemplo a outros, fortalecem-se fisicamente, porém suas mentes são direcionadas as técnicas de assassinato e táticas militares e emocionalmente tornam-se pessoas frias, preocupadas apenas com si mesmas. Cale é um garoto impulsivo, suas ações dependem da situação e é quando salva Riba da morte, onde até então ele nunca havia visto uma mulher, que ele e os demais decidem arriscar-se a fugir, e com um plano ousado concluem seus objetivos e passam a ser caçados.
Nesse período de fuga é que os jovens conhecem o mundo, por assim dizer, e colocam em prática várias lições aprendidas no santuário para sobreviverem, Cale por seu comportamento arranja muitos inimigos durante a trama, mas suas habilidades também o permitem conquistar alguns amigos e o garoto desperta em si algo totalmente desconhecido, o amor, e mesmo confuso passa a se importar com as pessoas ao seu redor e principalmente por sua amada, uma pessoa com quem pelas regras da sociedade jamais poderá viver ao seu lado e apesar de todos seus esforços o rapaz acaba caindo nas mãos do pior dos Redentores que lhe faz uma revelação surpreendente que poderá mudar não só o seu destino, mas o da humanidade e é com essa deixa que Paul Hoffman cria uma expectativa no leitor para o segundo livro da trilogia, já publicado aqui no Brasil, intitulado  “As ultimas quatro coisas”.
         “A mão esquerda de Deus” é  narrada em um ambiente ao meu ver, medieval, onde a Aristocracia dita as leis e regras e a plebe só resta obedecer, as cenas de batalhas e as táticas de guerra são muito bem descritas pelo autor, principalmente o instinto selvagem de sobrevivência dos três jovens acólitos como eram chamados pelos redentores. A religião descrita no livro é uma  alusão ao cristianismo, algo como quando a Igreja perseguia os considerados hereges e praticantes de ritos pagãos, mas com certa hipocrisia por parte de alguns de seus membros, os fiéis acreditam em um deus, seu profeta que é chamado de “O redentor enforcado”, alguns santos, e uma espécie de messias que poderá varrer o mal da face da terra.
Enfim, apesar de no começo achar que não gostaria do livro, seu desenrolar me fez mudar de opinião, e é um livro que indico, a quem gosta de se imaginar em uma viagem ao passado, por uma sociedade com costumes totalmente diferentes, como já vimos descrito na própria história da humanidade.

A mão esquerda de deus

Titulo: A mão esquerda de Deus.
Autor: Paul Hoffman
Editora: Suma das Letras
N° de Páginas: 327





2 comentários:

  1. Que bom que ao longo da leitura a sua opinião mudou e de forma positiva! Livros com histórias de época tem que ser muito bem desenvolvidos para cativar, não é mesmo?

    Abraços, Isabela.

    www.universodosleitores.com

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  2. Esse em especifico no começo era maçante, não me dizia nada com nada! Ainda bem que do meio para o final o autor consertou isso!

    Grande Abraço Isabela!

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