O inicio do livro é entediante, na minha
opinião, o autor foi apresentando os personagens, mas sem muita descrição, e o
martírio do trio que seriam os protagonistas da trama, porém sem muita emoção,
fui me arrastando, me perguntando onde estariam as promessas daquele livro?
Decidi não abandoná-lo, apesar de a ideia ter passado em minha mente inúmeras
vezes, e fui recompensado, pois do meio da história pra frente, tudo ganha um
ritmo novo, a ação passa a acontecer, o herói passa a viver várias situações
que me deixaram tenso, esperando pelo desfecho da mesma.
A história gira em torno de Thomas
Cale, e seus companheiros Kleist e Henri
Embromador e
posteriormente uma garota chamada Riba, os três jovens,
vivem em uma espécie de santuário, onde desde criança são treinados para serem
assassinos frios e cruéis numa guerra declarada pelos Redentores, que são uma espécie de
monges e padres, responsáveis por formar esses futuros assassinos, contra
pessoas que são consideradas hereges, a guerra dura mais de um século de
brutalidade e violência.
Recrutados desde cedo, as crianças crescem
nesse ambiente hostil, com a ideia de que tudo ao seu redor gera o pecado
e que esse deve ser sempre punido, através de castigos cruéis e até mesmo a
morte, para que sirvam de exemplo a outros, fortalecem-se fisicamente, porém
suas mentes são direcionadas as técnicas de assassinato e táticas militares e
emocionalmente tornam-se pessoas frias, preocupadas apenas com si mesmas. Cale é um garoto impulsivo, suas
ações dependem da situação e é quando salva Riba da morte, onde até então ele
nunca havia visto uma mulher, que ele e os demais decidem arriscar-se a fugir,
e com um plano ousado concluem seus objetivos e passam a ser caçados.
Nesse período de fuga é que os jovens
conhecem o mundo, por assim dizer, e colocam em prática várias lições
aprendidas no santuário para sobreviverem, Cale por seu comportamento
arranja muitos inimigos durante a trama, mas suas habilidades também o permitem
conquistar alguns amigos e o garoto desperta em si algo totalmente
desconhecido, o amor, e mesmo confuso passa a se importar com as pessoas ao seu
redor e principalmente por sua amada, uma pessoa com quem pelas regras da
sociedade jamais poderá viver ao seu lado e apesar de todos seus esforços o
rapaz acaba caindo nas mãos do pior dos Redentores
que lhe faz uma revelação surpreendente que poderá mudar não só o seu destino,
mas o da humanidade e é com essa deixa que Paul Hoffman cria uma expectativa no leitor para o
segundo livro da trilogia, já publicado aqui no Brasil, intitulado “As ultimas quatro coisas”.
“A mão esquerda de Deus” é
narrada em um ambiente ao meu ver, medieval, onde a Aristocracia dita as leis e
regras e a plebe só resta obedecer, as cenas de batalhas e as táticas de guerra
são muito bem descritas pelo autor, principalmente o instinto selvagem de
sobrevivência dos três jovens acólitos como eram chamados pelos redentores. A
religião descrita no livro é uma alusão ao cristianismo, algo como quando
a Igreja perseguia os considerados hereges e praticantes de ritos pagãos, mas
com certa hipocrisia por parte de alguns de seus membros, os fiéis acreditam em
um deus, seu profeta que é chamado de “O redentor enforcado”, alguns santos, e
uma espécie de messias que poderá varrer o mal da face da terra.
Enfim, apesar de no começo achar que não
gostaria do livro, seu desenrolar me fez mudar de opinião, e é um livro que
indico, a quem gosta de se imaginar em uma viagem ao passado, por uma sociedade
com costumes totalmente diferentes, como já vimos descrito na própria história
da humanidade.
A mão esquerda de deus |
Titulo: A mão esquerda de Deus.
Autor: Paul Hoffman
Editora: Suma das Letras
N° de Páginas: 327
Que bom que ao longo da leitura a sua opinião mudou e de forma positiva! Livros com histórias de época tem que ser muito bem desenvolvidos para cativar, não é mesmo?
ResponderExcluirAbraços, Isabela.
www.universodosleitores.com
Esse em especifico no começo era maçante, não me dizia nada com nada! Ainda bem que do meio para o final o autor consertou isso!
ResponderExcluirGrande Abraço Isabela!