Resenha - A menina que não sabia ler

Um novo conceito para misterioso.

Estava eu folheando alguns livros, indeciso sobre o que comprar quando me deparei com esse livro, de titulo inusitado “A menina que não sabia ler”
, lembrei do “A menina que roubava livros” e fiquei curioso para saber do que se tratava, li a sinopse e vi que um não tinha nada em comum com o outro, o livro que segurava tratava de ficção e mistério, e como dizia na contra capa no melhor estilo de Henry James e Edgar Allan Poe, que foi o “empurrãozinho” final para levar o livro.

Assim que finalizei o livro que estava lendo, ansioso, parti para leitura desse e o começo confesso que foi meio cansativo.

A história se passa nos Estados Unidos do final do século XIX no ano de 1891 na cidade de Nova Inglaterra, um cenário perfeito, uma antiga mansão isolada da cidade chamada Blithe House
, os personagens principais são Florence e seu irmão por parte de pai Giles. Os dois órfãos vivem na mansão, sustentados por seu tio, a qual nunca viram e que deixou a administração da casa nas mãos da governanta a senhora Grouse. Os dois vivem como crianças normais aproveitando o enorme espaço da residência para brincar, e é em uma dessas brincadeiras que Florence descobre o lugar que seria seu canto especial da casa, a biblioteca. Logo a garota fica encantada com a imensidão de livros a seu dispor, porém , havia um problema, a garota não sabia ler e não poderia pedir a nenhum dos empregados da casa que a ensinassem, pois seu tio, devido a uma decepção amorosa era bem rígido e intolerante quanto a educação das mulheres, mas a garota autodidata , através de dicas que vai pegando discretamente com um e com outro aprende a ler e descobre um novo e fascinante mundo da literatura , convivendo com vários autores, tendo como preferidos Shakespeare e Edgar Allan Poe.
E essa é a parte cansativa do livro, onde a garota narra suas peripécias para poder chegar até a biblioteca e levar seus livros para um esconderijo particular, mantendo segredo da governanta e de seu novo amigo e vizinho Van Hossier
, já que seu irmão só voltaria para casa nas férias.
Chega a segunda parte do livro e as coisas começam a acontecer, Giles
volta pra casa e por não se adaptar a escola, seu tio lhe envia uma preceptora chamada Srta. Whitaker para cuidar da educação do menino, o segredo de Florence está em risco, até o dia em que a preceptora morre em um acidente, os dias seguem normalmente para Florence,/i>, que vive agora com seu irmão e pode ainda desfrutar de seu hábito mais prazeroso, a leitura, até que chega uma nova preceptora chamada Srta. Taylor e muda totalmente a rotina da mansão Blithe House.
A partir desse momento Florence
começa a ver fantasmas na mansão e ter visões que a levam a crer que a nova preceptora é na verdade um fantasma da antiga preceptora Srta. Whitaker que pretende se vingar colocando a vida de seu irmão em risco. Como não poderia contar a ninguém sobre suas visões, temendo ser considerada louca, Florence resolve tomar suas próprias providências contra a “adversária” é então que o livro torna-se impossível de se largar antes do final, que com certeza deixará qualquer um atônito e cheio de dúvidas, pois John Harding mexe com o psicológico de seus leitores levando-os a pensar em várias formas de definir o mistério.

O titulo original do livro é “Florence e Giles”

a adaptação com certeza foi uma forma da editora chamar a atenção dos leitores visto o enorme sucesso do outro livro de nome parecido.
Se o autor continuar nesse ritmo tem grandes chances de se tornar uma referencia no gênero.

Titulo: A menina que não sabia ler.
Autor: John Harding.
Editora: Leya.
N° de páginas: 285.